A Polícia Civil está investigando o desaparecimento do corpo de um recém-nascido de dentro do Hospital Miguel Couto, Zona Sul do Rio.
O pai da criança, Raimundo Claudevid Martins de Souza, de 28 anos, contou que sua mulher, no oitavo mês de gestação, deu à luz Yasmin Pereira de Souza na madrugada de terça-feira, mas que a menina já nasceu morta. No dia seguinte, ao buscar o corpo para enterrá-lo, não o encontrou.
- É um absurdo, uma desumanidade o que aconteceu. Eu não pude assistir ao parto, mas logo na manhã de terça fui ao hospital. Ao saber da morte, fui ao necrotério e me mostraram uma menina como sendo a minha Yasmim.
Então, comecei a correr atrás da documentação para enterrá-la - conta o rapaz: - Com toda a papelada em mãos, fui com a funerária para pegar o corpo da minha filha, que seria enterrada na quarta-feira, no Caju.
Só que ninguém sabia me dizer onde estava o corpo dela. Até hoje, sábado, ninguém me dá conta do que aconteceu.
O delegado Antenor Lopes Martins Junior, titular da 14ª DP (Leblon), disse que instaurou um inquérito para apurar como o corpo do bebê desapareceu do hospital. O delegado criticou a unidade de saúde que deixou um corpo sumir do necrotério.
— A reponsabilidade de manter o corpo no nicrotério é do hospital. Como deixam sumir um corpo? Quem tirou a criança lá de dentro? É isso e outras coisas é o que queremos entender — salientou Antenor.
De acordo com o delegado, Cristiano Curcio Chame, diretor geral do hospital, está preocupado e tem ajudado nas investigações.
— Ele (o diretor) já prestou depoimento na semana passada. Pedi a escala de funcionários do dia e as câmeras de segurança.
O diretor está empenhado (a desvendar o que aconteceu) e perplexo com o ocorrido. Houve um erro e alguém cometeu esse erro. É isso que queremos saber — completou Antenor.
Segundo o delgado, o depoimento mais aguardado é do diretor do necróterio do Miguel Couto. Ele prestará depoimento na segunda-feira e terá que responder a diversas perguntas. Outros funcionários da unidade de saúde foram intimados à prestar depoimentos.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) não quis informar o tempo entre a morte do bebê e a constatação que o corpo havia desaparecido.
A pasta disse que o diretor da unidade comunicou o sumiço à polícia e que está colaborando com as investigações. Por fim, a SMS afirmou que abriu uma sindicância para apurar as responsabilidades e que o hospital está à disposição da família para as informações necessárias.
Para a família de Yasmin, resta a dor da perda e da falta de informação sobre o paradeiro do corpo da bebê.
- Minha mulher chora todo o dia. A gente só quer enterrar nossa filha. Uma coisa é certa: quando nos entregarem o corpo dela, vamos pedir um exame de DNA. Não tem como a gente confiar depois de tudo isso - afirmou Raimundo.
Via Extra
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