Vinte e cinco anos após o desastre ambiental que comprometeu o manguezal de Mauá, a Prefeitura de Magé inaugurou oficialmente, nesta terça-feira (30), o Parque Natural Municipal Barão de Mauá. A cerimônia aconteceu no Dia da Baixada Fluminense, reforçando o compromisso do município com a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável.
Com uma área equivalente a 113 campos de futebol, o parque agora abriga uma floresta de mangue totalmente recuperada e uma rica diversidade de espécies nativas. A reabilitação da região foi fruto do esforço conjunto de pescadores locais e instituições ambientais, que atuaram ao longo dos anos na retirada de lixo, plantio de mudas de mangue-vermelho, branco e negro, além do monitoramento contínuo do ecossistema.
O espaço hoje é habitat de 107 espécies de aves, 21 espécies de mamíferos, 16 espécies de répteis e 11 espécies de crustáceos, já catalogadas, consolidando o parque como um importante polo de biodiversidade.
Durante a inauguração, o prefeito Renato Cozzolino destacou a importância da recuperação da área e os investimentos realizados pela gestão municipal. “Hoje é um dia histórico para Magé e para toda a Baixada Fluminense. A inauguração do Parque Natural Barão de Mauá representa não só a preservação do meio ambiente, mas também a força de uma cidade que acredita na recuperação e no futuro. Estamos entregando à população a maior área de manguezal recuperada da América Latina, um feito que só foi possível graças ao trabalho incansável de pescadores e ambientalistas. Este parque é um presente para as futuras gerações e um símbolo do nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável”, disse.
Além da preservação, o Parque foi estruturado para ser também um espaço de lazer, educação ambiental e pesquisa científica. Os visitantes podem explorar uma passarela suspensa com cerca de 1 km, um deck na praia, um observatório com mais de 11 metros de altura, além de alojamento para pesquisadores, lanchonete e espaço para exposições.
O secretário de Turismo, Bruno Lourenço, explicou como será feita a visitação pública ao local. “A gente precisa explicar que embora tenha o nome de Parque, esse local não é dedicado simplesmente ao ao lazer e entretenimento, mas também uma unidade de conservação. Em função disso, existe uma série de regras ambientais que precisam ser respeitadas. Nós vamos disponibilizar um site, onde todas as informações sobre o acesso, incluindo a inscrição gratuita, estarão à disposição da população. Acreditamos que a partir do dia 10 de maio esse espaço poderá estar recebendo a visitação. Até lá, nós temos o e-mail parquebaraodemaua@mage.rj.gov.br para esclarecer as dúvidas”, explicou.
Dois grandes nomes foram homenageados na cerimônia: o circuito ambiental leva o nome de Alfredo Sirkis, e Gilberto Gil dá nome ao bosque onde plantou mudas de mangue, em gesto simbólico de apoio à revitalização da área. Ana Borelli, viúva de Sirkis, participou da cerimônia e aproveitou o momento para deixar as cinzas do marido no Parque.
Reconhecido como patrimônio histórico, cultural, turístico e paisagístico do Estado do Rio de Janeiro, o Parque Natural Municipal Barão de Mauá teve seu título oficializado pela Lei 10.534/2024, de autoria do deputado estadual Vinícius Cozzolino, sancionada em outubro do ano passado.
A inauguração do parque marca um novo capítulo para Magé e para toda a Baixada Fluminense: um exemplo de recuperação ambiental e de integração entre natureza e comunidade.