O deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), conhecido pela proximidade com Jair Bolsonaro, defendeu neste domingo (14) a aprovação de uma proposta de anistia para o ex-presidente e outros investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. A declaração foi dada em Brasília, em frente ao Hospital DF Star, onde Bolsonaro se submeteu a um procedimento dermatológico autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Lopes, há movimentações dentro da Câmara dos Deputados para que o tema seja apreciado ainda nesta semana. Ele citou partidos como União Brasil e Progressistas (PP) como favoráveis à votação. A medida, se aprovada, poderia extinguir as condenações já impostas pelo STF, entre elas a que determinou 27 anos e 3 meses de prisão a Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
“Bolsonaro será candidato”
Apesar de o ex-presidente estar inelegível desde 2023, o deputado fluminense demonstrou confiança no retorno político de seu aliado. “Bolsonaro será candidato em 2026. Não existe anistia parcial, existe anistia plena”, declarou Lopes, reforçando a expectativa de que a medida devolva a elegibilidade ao ex-chefe do Planalto.
Ele também comentou a divergência registrada no julgamento do STF, quando o ministro Luiz Fux votou pela absolvição de Bolsonaro. Para o parlamentar, o posicionamento de Fux “indica quem está do lado certo da história”.
Escolta e críticas da família
Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar desde sua condenação, deixou a residência pela primeira vez para realizar a cirurgia. A saída contou com forte esquema de segurança organizado pela Polícia Penal do Distrito Federal, sob autorização do ministro Alexandre de Moraes.
A operação de escolta, no entanto, foi alvo de ataques de Carlos Bolsonaro (PL-RJ). O vereador, que acompanhou o pai junto a seu irmão Renan Bolsonaro, classificou a ação como uma tentativa de exposição desnecessária. “Um circo armado para humilhá-lo, até mesmo durante uma cirurgia”, publicou Carlos em suas redes sociais.
Apoiadores em vigília
Do lado de fora do hospital, dezenas de simpatizantes se reuniram em ato de solidariedade ao ex-presidente. Muitos exibiam bandeiras do Brasil e cartazes pedindo “liberdade” e “anistia já”.
A expectativa, agora, se volta para a condução da proposta de anistia no Congresso. Caso avance, o tema deve reacender o embate entre governistas e bolsonaristas em torno da responsabilização pelos ataques de 8 de janeiro e da possível volta de Bolsonaro à disputa presidencial em 2026.
