Ícone do pandeiro e do samba de raiz faleceu aos 88 anos, no Rio de Janeiro
O samba amanheceu mais triste neste domingo (15). Morreu na noite de sábado (14), no Rio de Janeiro, aos 88 anos, o sambista Bira Presidente, um dos grandes nomes do gênero no Brasil e membro fundador do lendário grupo Fundo de Quintal. A causa da morte foram complicações decorrentes de um quadro de câncer de próstata e Alzheimer.
Nascido Ubirajara Félix do Nascimento em 23 de março de 1937, no Rio de Janeiro, Bira foi um dos responsáveis por revolucionar o samba carioca, popularizando o uso do pandeiro de forma protagonista nas rodas e nos palcos. Filho de mãe-de-santo e pai sambista, cresceu entre os batuques e tambores dos terreiros e das rodas de samba da zona norte carioca.
Desde jovem, frequentava rodas de samba e teve o privilégio de conviver com lendas como Pixinguinha, Benedito Lacerda e João da Baiana, aprendendo não apenas a batida do pandeiro, mas a alma do samba.
Bira foi um dos fundadores do Grêmio Recreativo Cacique de Ramos, tradicional reduto de sambistas no subúrbio carioca, de onde nasceram nomes como Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e Jorge Aragão. Foi ali que surgiu o grupo Fundo de Quintal, responsável por modernizar o samba com novos instrumentos e uma batida diferenciada — sem perder a essência do ritmo.
Nas redes sociais, o Cacique de Ramos lamentou a morte do artista com uma homenagem emocionada: “Hoje o samba perdeu um dos seus baluartes. Bira Presidente foi, é e sempre será exemplo de alegria, talento e resistência.”
Além de músico, Bira era conhecido por sua simpatia, sorriso largo e presença carismática nas apresentações. Mesmo já afastado dos palcos por conta da saúde, sua imagem seguia viva nas memórias dos fãs e nas influências musicais que deixou.
O velório está previsto para acontecer ainda neste domingo no Rio de Janeiro. Amigos, familiares, sambistas e admiradores devem se reunir para prestar as últimas homenagens a esse verdadeiro pilar da cultura brasileira.
O samba agradece e jamais esquecerá.
