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Arco Metropolitano convive com o medo e o abandono

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Quem passa pelo Arco Metropolitano se depara com dezenas de postes caídos no chão, que foram derrubados por criminosos e na altura de Japeri, até um pardal foi destruído. Diego Valdevino / Jornal de Hoje

Centenas de postes de iluminação caídos no chão, mato alto nas encostas, policiamento precário (apesar do patrulhamento de homens da Força Nacional de Segurança), animais mortos na pista, como cavalos, cães e até animais silvestres, como quatis e cachorros vinagre, além de carcaças de carros e pardais derrubados por vândalos. 

Já à noite, motoristas se deparam com a escuridão. Esse é a triste realidade do Arco Metropolitano, principalmente entre os municípios de Duque de Caxias a Itaguaí. Uma rodovia que custou quase R$ 2 bilhões se encontra em total estado de abandono.


O sistema de iluminação com placas solares e lâmpadas de led é moderno e atrai bandidos, que vendem as baterias das luminárias e placas solares. 

A via se tornou a ‘rodovia do medo’. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) admite que a conservação e o monitoramento não estão sendo feitos como deveriam. Sem fiscalização, os bandidos agem impunemente, sem conservação, os postes se deterioram às margens da via expressa e, sem iluminação, a insegurança aumenta. 

A via expressa inaugurada em 2014 que poderia ser uma boa alternativa para o motorista virou um caminho que muitos preferem evitar, principalmente à noite ou início da madrugada.

O Arco Metropolitano tem o maior número de postes de iluminação com placas solares do país: são mais de quatro mil postes espalhados ao longo de 72 quilômetros.

“Isso aqui é o retrato do abandono e do desperdício do dinheiro público. Chega a ser assustador, pois são vários postes jogados no chão, e um ao lado do outro. 

Os bandidos fazem isso porque sabem que não vão ser flagrados, pois o policiamento é precário. 

Outro dia quase bato com o carro ao desviar de um animal morto. Passar pelo Arco dá medo”, afirmou o motorista Maicon Dias, de 39 anos, que costuma passar usar a via quando viaja para Mangaratiba.

Para o motorista Emanoel Pereira, de 55, a falta de lojas, empresas e até um simples posto de combustíveis evidencia o abandono do Arco. “Outro dia passei um sufoco por falta de combustível. Nem um posto há na via. É muito abandono. Pra que construíram o Arco se não querem investir?”, indagou.

O Arco Metropolitano cruza a Baixada Fluminense até Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio. Para instalar os postes com placas de energia solar, o governo investiu R$ 96,7 milhões. Cada poste custou, em média, R$ 22 mil.

O Departamento de Estradas de Rodagem do Rio diz que, por enquanto, não tem previsão de substituição, já que a manutenção da estrada está suspensa por falta de dinheiro. O estado negocia o repasse da administração da rodovia ao governo federal. Segundo a Federação de Transporte de Cargas do Rio, o processo caminha lentamente.

O especialista em segurança pública, Coronel Paulo César Lopes, se mostrou preocupado com a falta de segurança no Arco Metropolitano. “Um retrato da incompetência na segurança pública do Rio de Janeiro, evidenciado pelo aumento exponencial dos principais indicadores de criminalidade. 

Simplesmente, a sociedade está entregue a própria sorte. Já passou da hora de ser decretado estado de defesa, tamanha a incapacidade operativa da polícia para garantir minimamente, a ordem pública”, enfatizou.


Fonte: Jornal de hoje


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