Concentração de caminhoneiros na BR 101 durante a greve, no início do ano
Foto: Bruno Grassi - 25/05/2018
Caminhoneiros prometem fazer uma nova mobilização em todo o país após o feriado de 7 de Setembro e por tempo indeterminado. A informação foi divulgada em nota pela União dos Caminhoneiros do Brasil (UDC).
A entidade acusa o governo de não ter cumprido o prometido em relação ao preço do diesel, que na última sexta-feira (31) teve reajuste de 13%.
A lei que estabeleceu a nova política de frete prevê revisão dos pisos mínimos caso o combustível tenha oscilação superior a 10%, para acomodar o aumento de custos dos caminhoneiros.
A UDC reclama da falta de fiscalização nas estradas pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). A UDC pede mais fiscais e postos de fiscalização que obriguem às transportadoras a cumprirem a tabela mínima do frete.
“Pedimos imediatamente as seguintes providências afim de que a população brasileira não sofra os danos de uma nova paralisação”, afirma a nota.
A possibilidade de uma manifestação perto das eleições, no entanto, já era ventilada dias após a paralisação, que durou dez dias em maio, como forma de pressão política.
De acordo com Gilson Baitaca, líder do Movimento dos Transportadores de Grãos, do Mato Grosso, se a ANTT não se posicionar até o dia 7 ou 8 de setembro, é grande o risco de haver novas paralisações.
Baitaca também afirma que as transportadoras não estão cumprindo os preços da tabela do frete e não há fiscalização a respeito. “Queremos ver a lei chegar na ponta, nos caminhoneiros que estão nas estradas”, disse em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
Nesta última sexta-feira (31), a Abcam, entidade que reúne os motoristas autônomos, afirmou que pretende se reunir com o governo para discutir o tema e que “fará o possível para evitar nova paralisação” da categoria.
A associação reafirmou ontem que se coloca totalmente contrária a novas manifestações e que aguarda o posicionamento da Casa Civil sobre o pedido de reunião.
Tem circulado em aplicativos de trocas de mensagens áudios, cuja autenticidade não foi comprovada, convocando para paralisação a partir da madrugada de segunda-feira (3). No entanto, o porta-voz dos caminhoneiros do Espírito Santo, Bira Nobre, afirma se tratar de rumor.
Apesar da informação do aúdio ser falsa, Bira descreve o descontentamento da classe. “Os nervos estão a flor da pele. Estão insatisfeitos.
As transportadoras não estão pagando a tabela de frete. É possível que se instale uma nova paralisação, mas nós, que somos de frente, estamos pedindo para aguardarem”, disse, acrescentando que uma reunião em Brasília está marcada para o dia 12 de setembro.
Via Gazeta on-line/Folha de São Paulo
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