Susana Naspolini lança livro sobre quatro superações ao câncer: 'eu escolho ser feliz' - Baixada Viva Notícias

Susana Naspolini lança livro sobre quatro superações ao câncer: 'eu escolho ser feliz'

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Plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Susana Naspolini acaba de completar a famosa tríade da existência humana. 

No próximo dia 27, a jornalista da Rede Globo lança “Eu escolho ser feliz” (Editora Agir, 160 páginas, R$ 29,90), às 19h, na Travessa do Leblon; e dia 29, às 15h,na Livraria Leitura, do Bangu Shopping. No livro, a repórter titular do “RJ Móvel”, do “RJTV”, conta como encarou as quatro lutas contra o câncer, em diferentes fases da vida. 

“Não tenho a pretensão de que seja uma autobiografia, nem um livro de autoajuda. Só quis compartilhar histórias e sentimentos”, diz ela, aos 46 anos.

A repórter é recebida com festa em sua volta ao “RJTV”, em 2016, após superar mais um câncer Foto: Márcio Alves/ 07.11.2016

Como surgiu a ideia de escrever o livro?

Em 2016, quando fiquei doente pela quarta vez (ela passou por um linfoma aos 18 anos, um câncer de mama e um de tireoide aos 37, e outro de mama aos 43), recebi muitas mensagens com dúvidas de pessoas que também passavam por isso. 

Os livros que eu recebia de presente nesse período eram muito técnicos, não me davam vontade de ler. E aí meu irmão veio com essa sugestão, de eu escrever o meu próprio, falando das minhas experiências. 

De início, achei absurdo, uma ideia arrogante. Acreditava que eu não tinha competência pra isso. Depois, percebi que era só colocar no papel as histórias que eu contava o tempo todo pra todo mundo...

Emocionou-se relembrando esses momentos, enquanto escrevia?

Demais! Chorei muito! Aqueles sentimentos me vieram todos à tona novamente. Escrever foi um ato terapêutico, uma válvula de escape. E o que se sobressaiu foi a gratidão pela bênção de estar viva e poder contar essas histórias (ela fica com a voz embargada neste momento).

A repórter dentro de uma manilha: bom humor na cobertura para o “RJTV” Foto: Reprodução de Instagram


Você fez ou faz terapia?

Não... Fiz durante um tempo, mas não gostei. Minha terapia é ir à missa, conversar com o padre... Eu rezo muito, sou uma pessoa de fé. Costumo dizer que o câncer é a minha cruz. Todo mundo tem a sua nesta vida. Sentar e chorar não adianta. Ser feliz é uma escolha diária, daí o título do livro. Penso sempre assim: vai dar certo!

Está curada?

É cedo para dizer... Faço uma revisão de três em três meses. Acabei de passar por uma, e está tudo ok. Mas ainda me encontro naquele período crítico dos cinco anos pós-manifestação da doença, preciso ficar atenta. Esse cuidado eu vou ter que carregar por toda a vida.

Com a equipe do RJ Móvel Foto: Reprodução de Instagram

Em público, você está sempre feliz, bem-humorada. O que tira o seu sorriso do rosto?

Ah, tem dias em que a gente não acorda bem, né? Mas não dou espaço para a preguiça e o mau humor. Se eu me sinto mal, entro em oração e repito: “Por Ti eu vou ficar bem”. Se me dão uma resposta atravessada, devolvo com amor. Ninguém é maravilhoso o tempo todo. O que me irrita é injustiça, ver as pessoas sendo maltratadas...

No seu trabalho, você lida com essas injustiças diariamente. O povo te vê como heroína, é a porta-voz dos que não são ouvidos pelo poder público...

Apesar de todos os problemas e sofrimentos, as pessoas sempre me recebem com bom humor, café, abraço e presentes. Já ganhei toalhinha bordada, roupa íntima, bonecos, chinelo... Essa troca de energias é muito gostosa. Às vezes, além de um café da manhã caprichado, ainda preparam almoço para a nossa equipe. Eu só não engordo porque não almoço depois de novo. Economizo o vale-refeição (risos).

Almoço na pauta: a jornalista é acarinhada pelo público que a recebe em seu bairro Foto: Reprodução de Instagram


A perda do seu marido também é citada no livro?

Sim, com certeza! Maurício (Torres, locutor esportivo e apresentador) morreu em 2014, do coração. Ele foi embora cedo (aos 43 anos), mas esteve ao meu lado quando eu descobri o câncer na segunda e na terceira vez — na primeira, eu ainda era solteira. 

O apoio dele e da nossa filha, Julia, foi importantíssimo na minha recuperação. Sou muito grata por tê-lo tido na minha vida. No livro, as pessoas vão poder ver muitas fotos minhas em família e no trabalho.

Da última vez em que nos falamos, você revelou que estava aberta a um novo amor. Como anda o coração?

Minha filha, com 13 anos, já tem um namoradinho, e eu continuo solteira, acredita (risos)? Eu estava de rolo com um cara de São Paulo, quando me descobri doente, em 2016. Fiquei receosa de entregar essa carga para ele carregar junto comigo, e acabou virando um superamigo. Deve até vir para o lançamento do livro... 

Mas a verdade é que tenho rezado para todos os santos me ajudarem nesse quesito. E junho é o mês de vários: Santo Antônio, São João, São Pedro... O que quiser interceder por mim, está valendo!

Toalhinha bordada



Fonte: Jornal Extra

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