O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), afirmou na tarde desta segunda-feira, 30, que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dá margem para ser julgado por crimes contra a humanidade.
A declaração foi dada quando ele respondia sobre o passeio de Bolsonaro pelas ruas de Brasília neste domingo, 29.
"Eu não estou aqui para fazer prejulgamento de ninguém, mas, se pudesse dar um conselho como jurista, diria que está colocando em risco sua liberdade.
A um chefe de Estado não se admite que vá na contramão do que dizem organizações internacionais das quais o Brasil é signatário, como o artigo 7º do Estatuto de Roma, de crime contra a humanidade", apontou.
Witzel disse que cada um tem liberdade para agir como quiser, mas que a responsabilização virá depois e pode ser "muito dura"
O governador também criticou um eventual decreto federal, aventado pelo presidente, que venha a liberar o trabalho no País em meio à crise do coronavírus.
Segundo Witzel, essa medida seria questionada no Supremo Tribunal Federal (STF)
Outro questionamento jurídico feito pelo governador tem como alvo o prefeito Marcelo Crivella, que estuda reabrir escolas no Rio em abril.
O governador disse entender que, em um caso como este, ele teria poder de polícia para fechar unidades municipais - mas, se a Procuradoria-Geral do Estado entender que a melhor saída é ir ao Judiciário, ele o fará.
Apesar das críticas à figura do presidente, Witzel elogiou os ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e da Economia, Paulo Guedes, que sinalizou positivamente para a antecipação de R$ 7 bilhões do futuro leilão de venda da Cedae, a empresa de água e esgoto do Rio.
Na próxima sexta-feira, Bolsonaro deve vir ao Rio para se encontrar com o prefeito Marcelo Crivella.
Witzel disse que foi informado sobre a visita do presidente e que ele será sempre bem-vindo ao Estado, mas não informou se vai encontrá-lo. "Estou à disposição", limitou-se a afirmar.
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