O esquema liderado por Glaidson Acácio dos Santos na empresa GAS Consultoria, que movimentou R$ 38 bilhões, vai gerar uma "enxurrada de registros de estelionato em todo o Brasil".
É o que diz o relatório final da investigação da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Rio. As informações são do G1.
Os investigadores concluíram que, de fato, se trata de um esquema de pirâmide financeira.
"(A empresa) recruta massiva quantidade de dinheiro de clientes que são levados a erro, pois acreditam que estão corretando bitcoin, mas que na verdade são remunerados com pagamentos de dinheiro de novos contratos, criando uma pirâmide insustentável", diz o texto obtido pelo Fantástico.
O delegado Leonardo Borges afirma que a rentabilidade do esquema ocorre por causa de novos aportes de clientes — e não devido a investimento em criptoativo.
"Como a remuneração é muito alta, as pessoas são estimuladas a reaplicar o dinheiro que elas ganham", explica.
De acordo com a investigação, o dinheiro vai direto para a conta dos sócios da quadrilha.
O G1 mostrou, na semana passada, que apenas a mulher de Glaidson recebeu R$ 1.5 bilhão em quatro meses. Ela está foragida.
"A maior parte do dinheiro dos clientes sai da conta bancária da GAS e vai diretamente para a conta bancária de Glaidson, Mirelis, Tunay, Vicente, dentre outros integrantes da organização criminosa".
Vicente Gadelha Rocha Neta era sócio de uma empresa que recebeu quase R$ 28 milhões da GAS, por exemplo. Ele tem mais de R$ 20 milhões em criptomoedas.
As empresas que fazem os investimentos em criptomoedas são chamadas de exchanges, que está para o mercado de criptoativo assim como as corretoras estão para o mercado de ações.
No contrato assinado pelos clientes com a GAS, consta que a empresa investe na maior exchange do mundo. O problema, segundo a investigação, é que esta é mais uma das mentiras contadas por Glaidson.
"A GAS sequer tem conta aberta nessa exchange. Agora, o principal líder dessa organização abriu uma conta pessoal e fez um aporte só de bitcoins em quantia superior a R$ 1,2 bilhão", explica o delegado Leonardo Borges.
Em nota, a GAS nega que tenha praticado pirâmide financeira e lavado dinheiro. "Os depósitos de valores de terceiros eventualmente efetuados na conta pessoal de Glaidson foram feitos quando ele era autônomo."
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