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Espetáculo “Orúkọ” traz à cena a ancestralidade, o apagamento histórico e o direito de existir com voz, nome e história

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“Orúkọ é UBUNTU. É ter consciência de que todos aqueles que vieram antes de mim não lutaram em vão”, destaca Hilda Maretta, atriz e idealizadora do espetáculo “Orúkọ”, que reflete sobre a ancestralidade diante do apagamento histórico das narrativas negras no Brasil. Iniciado como uma cena curta, o projeto percorreu festivais e conquistou prêmios como “Melhor Atriz” e “Melhor Cena” no FEST&ARTE 2022, além de receber seis indicações no 13º FESTU. Agora em formato completo, “Orúkọ” estreia no Teatro Municipal Raul Cortez, em Duque de Caxias, no dia 21 de maio (quarta-feira), às 20h. Ingressos gratuitos disponíveis na bilheteria do teatro.

O espetáculo traz a problemática em torno dos nomes de pessoas negras no Brasil, já que, em 1890, Ruy Barbosa de Oliveira, então ministro da Fazenda, mandou queimar todos os documentos ligados ao período da escravidão. A destruição desses arquivos impediu não apenas a responsabilização legal pelos crimes cometidos, como também apagou os registros que poderiam conectar os ex-escravizados às suas origens, famílias e nomes. “Tomar consciência de quem somos nos faz questionar as imposições feitas, o silenciamento sofrido, o apagamento de nossos nomes, de nossa cultura”, ressalta Hilda.

O ponto de partida do espetáculo é a história da aparição de Nossa Senhora do Rosário, muito presente nos ternos de Congada. A peça costura relatos e narrativas cotidianas, sempre levantando a mesma questão: “Qual a importância do nome das coisas?”. Para Hilda, a reflexão vai além da nomeação em si — trata-se de compreender o significado que atribuímos a ele. “Por que alguns nomes merecem ser lembrados e outros não? Quem faz essa distinção? Estes são questionamentos que me fizeram refletir sobre o que realmente é importante”, conta.

Neta de congadeiros, Hilda tem o mesmo nome da avó. Foi ao perceber o peso simbólico desse nome herdado que ela passou a investigar o passado de sua família. “Orúkọ nasce da necessidade de me reencontrar, me refazer, me reconectar com meus ancestrais. A busca por compreender por que recebi o nome da minha avó, o medo de não ser alguém, e sim uma continuidade de outra vida. Foi a partir dessas questões que o espetáculo surgiu”, explica a idealizadora.

Com direção de Tatiana Henrique, pesquisadora de oralidades africanas há mais de 20 anos, e dramaturgia de Mateus Amorim, o espetáculo entrelaça comédia, drama, música e contação de histórias. “Orúkọ fala sobre vivências e apresenta diferentes linguagens por trazer experiências comuns à vida de muitos, mas percebida por poucos. Esta foi a forma que encontramos para transmitir a sinestesia que é a vida”, reflete.

A obra pretende despertar no público a consciência sobre os efeitos do apagamento cultural e a potência da ancestralidade. “Espero que o público perceba que todas as histórias são importantes. Que o apagamento de diversas culturas acontecem todos os dias de forma sutil dentro de nossa sociedade. Apagar uma cultura é sumir com a identidade de um povo, é retirar dele o direito de conhecer e celebrar suas origens, seus nomes, sua existência. Que possamos refletir sobre a importância de cada encontro, de cada nascimento e de cada renascimento em nossas vidas. Que cada um de nós tenha o direito de existir como é, e celebrar seu orúkọ”, ressalta Hilda.

SERVIÇO:

Data: 21 de Maio (quarta-feira)

Horário: 20h

Local: Teatro Municipal Raul Cortez

Endereço: Praça da Emancipação, S/N – Vila Meriti, Duque de Caxias – RJ

Ingressos gratuitos na bilheteria do teatro

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