O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) foi debatido entre os empresários da Baixada Fluminense durante a reunião do Conselho Empresarial Firjan Caxias e Região, nesta terça-feira (13/5). Na ocasião, foram enfatizados os indicadores que apontam para o desenvolvimento socioeconômico em nível baixo ou crítico, quase que na totalidade dos municípios da região. O estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), tem como base dados oficiais referentes ao ano de 2023 e faz comparativo com o ano de 2013. Esta edição do IFDM analisou 5.550 municípios brasileiros, que respondem por 99,96% da população.
Os resultados registrados nos municípios da Baixada foram ponto de atenção para os empresários da região. O grupo considerou de extrema relevância debater o assunto com representantes do poder público, com o intuito de contribuírem com propostas que possam ajudar a mudar o cenário atual. “É surpreendente o estado do Rio de Janeiro, com a relevância econômica que tem, não possuir nenhuma cidade com alto nível de desenvolvimento socioeconômico. A situação ainda é mais preocupante quando olhamos para a Baixada, onde a grande maioria tem baixo desenvolvimento”, destacou Silvio Carvalho, conselheiro do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística (Sindicarga), que presidiu a reunião, representando o presidente da Firjan Caxias e Região, Roberto Leverone.
Criado em 2008 e atualizado neste ano com nova metodologia, o estudo é composto pelos indicadores de Emprego & Renda, Saúde e Educação e varia de 0 a 1 ponto, sendo que quanto mais próximo de 1 maior o desenvolvimento socioeconômico. Através dessa pontuação, é possível avaliar o município de forma geral e específica em cada um dos indicadores. Tanto a avaliação geral quanto as análises dos indicadores são classificadas em quatro conceitos: entre 0 e 0,4 – desenvolvimento crítico / entre 0,4 e 0,6 – desenvolvimento baixo / entre 0,6 e 0,8 – desenvolvimento moderado / entre 0,8 e 1 – desenvolvimento alto. O estudo permite, ainda, avaliação absoluta por município e ano e comparações entre cidades e anos anteriores.
Divulgado no último dia 8/5 pela Firjan, o estudo mostrou que o município de Duque de Caxias foi a cidade da Baixada Fluminense que mais perdeu colocações no ranking estadual, em relação a 2013. O terceiro município mais populoso do estado passou do 38º para o 75º lugar, regredindo 37 posições. A queda de 12,1% no indicador de Emprego & Renda, que passou de 0,7872 em 2013, para 0,6917 em 2023, foi um dos fatores determinantes para a queda do município. Junto a isso, o IFDM Saúde teve um avanço mais lento, passando de 0,5425 para 0,5596, um aumento de apenas 3,2%.
Os resultados de Belford Roxo chamaram ainda mais a atenção. Em relação a 2013, a cidade regrediu simultaneamente nas vertentes IFDM Emprego & Renda, com 0,4539 ponto (-6,7%) e IFDM Saúde, com 0,2740 (-23,5%), sendo o único município que apresentou desenvolvimento crítico no estado, com IFDM Geral de 0,3868.
Apresentado aos empresários pelo especialista de Estudos Econômicos da Firjan, Marcio Afonso, o IFDM tem entre seus objetivos a intenção de orientar e oferecer subsídios para o desenho de políticas públicas, bem como facilitar a comunicação em torno de indicadores socioeconômicos para o empresariado e a sociedade civil. “É muito importante podermos debater esses dados com os representantes do poder público para que possamos contribuir com medidas para a mudança desse cenário na nossa região”, enfatizou Quianne Maia Correa, Business Support Specialistda da Bayer, que tem sede em Belford Roxo.
O melhor resultado da Baixada foi registrado em Itaguaí, que teve desempenho moderado (0,6705). O município ocupa a 25ª posição no ranking do estado do Rio. A cidade teve desenvolvimento moderado nos indicadores de Emprego & Renda (0,7639) e de Saúde (0,7170). No IFDM Educação, o desempenho foi baixo, com 0,5306 ponto.
Rio de Janeiro não registrou nenhuma cidade com alto nível de desenvolvimento
O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) revela que o estado do Rio de Janeiro é o único da região Sudeste sem nenhuma cidade com alto nível de desenvolvimento socioeconômico. O estudo mostra que 63% dos municípios fluminenses, que juntos respondem por 11,7 milhões de pessoas, têm desenvolvimento moderado, entre eles Rio de Janeiro, Volta Redonda e Resende – os três mais bem avaliados na análise estadual. Em outro cenário estão 5,5 milhões de pessoas que vivem nos 35,9% das cidades com baixo desenvolvimento.
A análise mostra que, de 2013 a 2023, o IFDM médio dos municípios fluminenses cresceu 14,2%, passando de 0,5448 para 0,6224 – referente a desenvolvimento moderado. Esse avanço foi impulsionado principalmente por Educação, que registrou alta de 33,7%, seguido por Saúde (+13,2%) e, em menor escala, por Emprego & Renda (+1,6%). De acordo com a Firjan, esse movimento foi disseminado pelo estado, já que 87 das 92 cidades evoluíram frente a 2013.