A Secretaria Municipal de Ambiente, Mudanças do Clima e Bem-Estar Animal de São João de Meriti lançou, na noite desta sexta-feira (6), o projeto de arborização urbana da cidade. O evento marcou o encerramento da Semana Mundial do Meio Ambiente, celebrada com uma programação diversificada durante cinco dias. Em parceria com outras secretarias municipais, foram realizadas palestras, visitas guiadas ao Horto Municipal e à reserva florestal Parque Jurema, além da distribuição de mudas nativas da Mata Atlântica.
Com apenas 1,9% de área verde frente aos 98,1% de área urbanizada, segundo dados do IBGE, o município da Baixada Fluminense enfrenta sérios desafios ambientais, como ilhas de calor, alagamentos frequentes e poluição. Para mudar esse cenário, a prefeitura promete plantar 10 mil árvores nativas até 2028 e distribuir outras 10 mil mudas à população.
“Estamos vendo como, em tão pouco tempo, as secretarias da prefeitura estão realizando ações de grande porte, como esse projeto tão importante para o futuro da nossa cidade” Afirmou Leonardo Vieira (Leozinho), secretário de Habitação, Urbanismo e Iluminação Pública. “O trabalho técnico da Secretaria de Ambiente já tem transformado São João de Meriti, e hoje entendemos que é apenas o início de um grande projeto”, complementou.
O plano de arborização urbana está alinhado ao Programa Cidades Verdes e Resilientes e contribui diretamente para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), como o combate às mudanças climáticas (ODS 13), a promoção de cidades sustentáveis (ODS 11) e a proteção da vida terrestre (ODS 15).
Além do impacto ambiental, o projeto é tratado como uma estratégia de requalificação urbana. Entre os objetivos estão o aumento da permeabilidade do solo, melhoria da qualidade do ar, redução da poluição sonora e estímulo à biodiversidade. A iniciativa prevê ainda mutirões de plantio, campanhas de conscientização e ações de adoção de árvores por parte da população.
As espécies escolhidas são, majoritariamente, nativas da Mata Atlântica, o que reforça a identidade ecológica da região. O Horto Botânico Municipal será o centro de produção das mudas, com apoio de programas estaduais como o “Quem Planta Floresta Colhe Água”, da Cedae. Os primeiros bairros a receberem o projeto serão Éden, Grande Rio, Centro, Engenheiro Belford e São Mateus. A meta é transformar uma das cidades com menor cobertura vegetal da Região Metropolitana do Rio de Janeiro em referência de floresta urbana.
“Todo o projeto está sendo pensado para que cada bairro e cada rua tenha uma arborização personalizada, respeitando as características locais, não estamos apenas falando em plantar árvores, mas em mudar a história ambiental da cidade”. Destacou Antônio Marcos Barreto, secretário de Ambiente, Mudanças do Clima e Bem-Estar Animal.
A vice-prefeita e secretária de Cidadania, Letícia Costa, reforçou a importância da ação para a saúde pública. “Hoje recebemos uma verdadeira aula e entendemos como a ausência de árvores pode prejudicar a saúde dos nossos moradores. Queremos que essa apresentação se transforme em realidade nas ruas, substituindo o cinza urbano pelo verde das árvores”.
Durante o evento, foi também concedida a primeira licença ambiental unificada do município, viabilizando a adoção de um espaço público por uma empresa privada. A iniciativa de parceria público-privada prevê a manutenção e o paisagismo da área adotada, e simboliza um novo momento de colaboração entre o poder público e a iniciativa privada para revitalização urbana sustentável.
O prefeito Léo Vieira encerrou a cerimônia ressaltando o papel da população na transformação ambiental. “Esse sonho de ver nossa cidade mais verde vai além das portas da prefeitura. É um sonho coletivo, que deve ser sonhado com cada morador. Vamos trabalhar para conscientizar sobre a importância do cuidado com o meio ambiente, desde a arborização urbana até o descarte correto de lixo e entulho, e a limpeza dos rios”.
Segundo o Mapa da Desigualdade 2023, da Casa Fluminense, São João de Meriti tem menos de um metro quadrado de área verde por habitante, bem abaixo da recomendação da Organização Mundial da Saúde, que estipula o mínimo de 36 m² por pessoa. A meta do município é mudar essa realidade até 2028, árvore por árvore.