
Brasília — O presidente da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS, senador Carlos Viana (Podemos–MG), confirmou que Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido publicamente como “Careca do INSS”, prestará depoimento à comissão nesta segunda-feira (15). A decisão ocorre apesar de despacho do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), que tornou facultativo o comparecimento de Antunes e de outro investigado, Maurício Camisotti.
O papel de “Careca do INSS” no esquema investigado
- Prisões recentes: Antunes foi preso na sexta-feira (12), em fase da Operação Sem Desconto da Polícia Federal; Camisotti também foi preso.
- Acusações: Ele é apontado como lobista e articulador de um esquema que envolvia descontos indevidos em aposentadorias e pensões, realizados por associações sem autorização. A PF estima que o esquema pode ter causado prejuízos de R$ 6,3 bilhões ao INSS entre 2019 e 2024. Parte dos recursos teria sido repassada a servidores ou empresas ligadas a eles
Segurança, logística e expectativas
- Esquema de segurança: O presidente da CPMI declarou que será montado um “grande esquema de segurança” envolvendo a Polícia Legislativa e a Polícia Federal para conduzir Antunes ao Congresso e garantir a segurança durante o depoimento.
- Reparação financeira: O Ministério da Previdência Social informou que já restituiu cerca de R$ 1,29 bilhão a aposentados e pensionistas lesados pelo esquema de descontos associativos indevidos.
Implicações políticas e investigações futuras
- A CPMI quer usar as oitivas para apurar responsabilidades, inclusive políticas, e rastrear como funcionavam as relações entre associações, empresas intermediárias, lobistas e servidores do INSS.
- Há expectativa de que novos documentos e depoimentos (como o de Camisotti, previsto para quinta-feira) revelem mais evidências sobre a extensão do esquema.